2º FICHAMENTO
Ambulatório de genética médica na Apae: experiência no ensino médico de graduação
Débora Gusmão Melo; Marcelo Marcos Piva Demarzo; Jair Huber
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-55022008000300015&lng=pt&nrm=iso
“A diversificação do cenário de ensino e aprendizagem aproximou os alunos da realidade dos pacientes com deficiência mental no País. Além disto, os estudantes puderam se apropriar de alguns fundamentos teóricos da genética médica a partir da constatação de suas implicações na prática clínica, tornando a aprendizagem significativa.”
“Em nossa sociedade, a educação universitária tem sido revisitada nas diversas áreas do saber devido à percepção de algumas de suas peculiaridades, que tendem a favorecer a alienação do estudante e fazer com que a universidade não forneça a formação adequada ao desenvolvimento de certas competências profissionais, nem o profissional adequado às necessidades dos diversos países1.”
“No contexto histórico brasileiro, a construção e a homologação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN)2 para os cursos de graduação em saúde se somam ao movimento de construção de um novo paradigma, um novo modelo de assistência em saúde, o da integralidade.”
“A importância do ensino de genética nos cursos de medicina foi reconhecida pela primeira vez por MadgeThurlowMackin, que cunhou o termo "genética médica" em seu artigo intitulado Medical genetics: a necessity in theup-on-date medical curriculum, publicado em 1932”
“Em 1961, a Organização Mundial de Saúde (OMS) promoveu, em Genebra, uma reunião com vários especialistas com a finalidade de discutir o ensino da genética nos cursos de medicina. Representou o Brasil o professor Oswaldo Frota-Pessoa, da Universidade de São Paulo (USP).”
“Todas as doenças têm um fundamento genético, com a possível exceção de algumas formas de traumatismos12. No entanto, a (r)evolução da genética na medicina e seus subseqüentes benefícios vêm tendo pequeno ou nenhum impacto nos países em desenvolvimento, onde vivem mais de 80% da população mundial”
“Ainda que de forma limitada, a educação e o treinamento em genética médica vêm sendo implantados no Brasil17. No entanto, geralmente a aprendizagem é fundamentada em uma disciplina, freqüentemente isolada, com uma prática clínica limitada e restrita ao estudo de doenças raras na população geral, mas freqüentes nos hospitais-escola.”
“Em 2003, a disciplina de Saúde Coletiva começou a ser ministrada ao corpo discente da primeira à sexta série do curso médico. O objetivo principal da disciplina é dar ao estudante a oportunidade de traçar um perfil epidemiológico da população com que irá atuar, conhecendo as dificuldades e expectativas desta população e os fatores determinantes no processo saúde-adoecimento daquela localidade; desenvolvendo, junto a ela, atividades de promoção de saúde e prevenção de doenças; auxiliando também no processo de recuperação da saúde; e, finalmente, criando sólidos vínculos com as pessoas e suas famílias, que, no futuro, serão os objetos de sua atenção profissional, além de entender a dinâmica e as peculiaridades do sistema de saúde local e nacional”
“Anualmente, 60 estudantes de medicina do sexto ano participam do ambulatório. Os estudantes são divididos em dez grupos, sendo que um dos grupos se desloca uma vez por semana para a Apae com o objetivo de realizar as atividades ambulatoriais.”
“Durante os dois anos relatados, foram avaliados 140 pacientes, o que corresponde à totalidade das pessoas cadastradas e acompanhadas na instituição, e 17 familiares destas pessoas. Setenta e sete pacientes (55%) tinham menos de 18 anos na época da avaliação. Observou-se predomínio de homens, que representavam 67,14% (94) da população geral avaliada.”
“Tendo por base as diretrizes da Associationof American Medical Colleges (AAMC) publicadas em 1984, a American SocietyofHumanGenetics (ASHG) criou uma força-tarefa multidisciplinar com o objetivo de examinar como estava sendo feito o ensino da genética humana nas escolas médicas norte-americanas”
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